Porque, na lista de referências, você deveria optar por escrever o nome de todos os autores por extenso e não os abreviar.
De acordo com a norma ABNT 6023/2018, os prenomes dos autores,
se pessoas físicas, podem ser escritos por extenso ou de forma abreviada. Veja os
seguintes exemplos extraídos da própria norma (Associação Brasileira de Normas Técnicas,
2018):
Exemplo 1
ALVES, Roque de Brito. Ciência criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995.
Exemplo 2
PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber: matemática, segunda série, 2, primeiro grau: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995. 136 p.
Exemplo 1:
Freire, P. Educação: um direito de todos. São Paulo: Magister, 1996.
Exemplo 2:
Freire, Patrícia. Educação: um direito de todos. São Paulo: Magister, 1996.
Percebeu a diferença? Como Paulo Freire é um teórico de grande relevância no campo da educação, ao vermos a referência Freire, P., imaginamos logo se tratar do renomado autor. Assim, podemos deixar de valorizar o trabalho de muitas outras pessoas que, por coincidência, tenham o mesmo sobrenome e prenomes que se iniciem com as mesmas letras.
Exemplo 1
ALVES, Roque de Brito. Ciência criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995.
Exemplo 2
PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber: matemática, segunda série, 2, primeiro grau: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995. 136 p.
Advertências importantes:
- A ABNT permite que na lista de referências os prenomes dos autores sejam escritos por extenso ou abreviados, porém, se você estiver utilizando outra norma, deve verificar se essa opção é permitida.
- Deve-se uniformizar a forma de escrita: se abreviou um, abrevia-se todos.
- Sempre verificar se o periódico ou a instituição a qual o trabalho será entregue tem alguma recomendação a respeito. Atualmente, muitos periódicos nacionais, que utilizam a ABNT, exigem que nas referências os nomes dos autores sejam escritos por extenso.
Razões para você escrever o nome de todos os autores por extenso nas referências
1) Individualiza os autores, permitindo a valorização do mérito pessoal de cada um. Observe os seguintes exemplos de uma obra fictícia:
Freire, P. Educação: um direito de todos. São Paulo: Magister, 1996.
Exemplo 2:
Freire, Patrícia. Educação: um direito de todos. São Paulo: Magister, 1996.
Percebeu a diferença? Como Paulo Freire é um teórico de grande relevância no campo da educação, ao vermos a referência Freire, P., imaginamos logo se tratar do renomado autor. Assim, podemos deixar de valorizar o trabalho de muitas outras pessoas que, por coincidência, tenham o mesmo sobrenome e prenomes que se iniciem com as mesmas letras.
2) A individualização também torna mais precisa a contagem das citações de um autor
As citações feitas por outros pesquisadores refletem o reconhecimento da influência de um determinado artigo e de seu autor. Por isso, a contagem de citações de seus trabalhos é frequentemente utilizada como indicador da relevância dos pesquisadores (SILVA; HAYASHI; HAYASHI, 2011).Como muitas pessoas podem ter o mesmo sobrenome e as mesmas
iniciais nos prenomes, escrever as referências utilizando os nomes completos
dos autores citados pode trazer mais precisão aos processos de atribuição de
autoria e contagem de citações.
3) Colabora com a visibilidade das mulheres na ciência.
Quando da apresentação da autoria apenas pelo sobrenome, temos a tendência de nos referir ao autor da obra, no masculino, tanto pela percepção cultural quanto pelo idioma, o português, no qual se usa gênero gramatical masculino para o plural e situações ambíguas ou desconhecidas (NODARI, 2021). Essa prática contribui para a manutenção de uma situação de pouca visibilidade da mulher nas ciências.Então, que tal, em seu próximo trabalho, utilizar o nome completo dos autores na lista de referências?
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6023.
Informação e documentação. Referências. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. NODARI, Sandra. Nomes e pronomes na Língua Portuguesa: a questão sexista no idioma e na academia. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 29, n. 3, e74197, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/Zj6sV9GL93MykcLLkQQ8RfJ/abstract/?lang=pt. Acesso em 02 ago. 2023.
SILVA, Márcia Regina da; HAYASHI, Carlos Roberto Massao; HAYASHI, Maria Cristina Piumbato Innocentini. Análise bibliométrica e cientométrica: desafios para pesquisadores que atuam no campo. InCID: R. Ci. Inf. e Doc., Ribeirão Preto, v. 2, n. 1, p. 110-129, jan./jun. 2011. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/incid/article/view/42337/46008. Acesso em 23 ago 2023.
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